
Você já pode ter ouvido esse termo: escolha de Sofia, mas sabe de onde vem e o que significa?
Hoje vou fugir um pouco do debate político e trazer uma reflexão da infeliz contemporaneidade de uma obra escrita por William Styron em 1979, A escolha de Sofia.
Este clássico moderno relata o drama comovente de Sofia Zawistowka, uma polonesa sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz. Sofia, Sob acusação de contrabando, é presa com seus dois filhos pequenos, um menino e uma menina, no campo de concentração de Auschwitz durante a II Guerra.
Em um momento da trama um oficial nazista dá a ela a opção de salvar apenas uma das crianças da execução, ou ambas morrerão, obrigando-a à terrível decisão.
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Fazer uma “escolha de Sofia” significa ver-se forçado a optar entre duas alternativas igualmente insuportáveis: Quem sobrevive e quem morre?
Esse dilema já está aterrorizando médicos em hospitais do Nordeste, especificamente no estado de Pernambuco que orientou a implementação de um sistema de pontuação o qual definirá os pacientes que terão acesso as UTI’s e respiradores, que hoje chegaram a uma taxa de ocupação de 97%.
Os médicos devem levar em conta três critérios:
1- Chance de sobrevivência a curto prazo
2- Chance de sobrevivência a longo prazo (quando houver comorbidades)
3 – Chance de sobrevivência a longo prazo com qualidade de vida
Se dois pacientes tiverem a mesma pontuação e só houver uma vaga em UTI disponível, a prioridade deverá ser para gestantes e pessoas mais jovens.
Precisamos nos conscientizar e termos a empatia com os profissionais da saúde e percebermos a crueldade dessa infeliz escolha.
A única maneira de diminuirmos as taxas que vem crescendo em grande escala é reforçarmos o isolamento social, o uso de máscara quando necessário for sair de casa e sempre higienizar as mãos e evitar contatos.
Por isso, fique em casa! Não é uma gripezinha, não é um resfriadinho e ele está presente. Cabe a nós decidirmos. Não é momento de flexibilizar isolamento. O afrouxamento em algumas cidades de SC já causou aumentos absurdos nos casos da doença.
Vidas ou economia?
Prioridade não tem S. Se o tivesse não seria prioridade.
Renan Aversani
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