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Com nova taxa Selic a 2%, onde investir seu dinheiro?

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Com a nova taxa Selic a 2%, a mínima da série histórica, onde investir seu dinheiro? Entenda o Cenário da economia, os efeitos do novo corte e saiba onde investir.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou novamente a taxa Selic, nesta quarta-feira (5). Dessa vez o corte na taxa foi de 0,25 ponto percentual, renovando a mínima histórica para 2% ao ano.

Taxa Selic
imagem reprodução

Esta foi a nona vez consecutiva que o BC baixou os juros, num processo de afrouxamento monetário iniciado em agosto do ano passado.

Cenário

Ao reduzir a taxa Selic, o Banco Central estimula o nível de atividade. Isso ocorre em um momento de forte contração do PIB mundial, em razão da pandemia do novo coronavírus. Nas últimas semanas, indicadores apontaram para um princípio de recuperação da economia no Brasil.

Em julho, o governo brasileiro manteve sua previsão para o tombo do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano em 4,7%, enquanto os economistas do mercado financeiro vêm melhorando recentemente suas estimativas. Na semana passada, previram uma queda de 5,66% para a economia neste ano.

Efeitos do corte de juros

Entenda quais os efeitos dos recentes cortes nos juros da Selic.

  • Operações de crédito: ao baixar o juro básico, o BC estimula redução dos juros bancários e alta no crédito. No primeiro semestre, os bancos repassaram o corte do juro básico para suas linhas de crédito e os empréstimos subiram (também influenciados pelas linhas emergenciais do governo, para combater a pandemia do novo coronavírus).
  • Investimentos: A nova redução da Selic também afetará aplicações financeiras como a caderneta de poupança e os investimentos em renda fixa. Com o juros básico da economia em 2% ao ano, a correção da poupança seria de 70% desse valor – o equivalente a 1,4% ao ano, mais a Taxa Referencial.
  • Gastos com juros: em um momento de forte alta da dívida pública, por conta da necessidade dos gastos extraordinários com o combate à pandemia e reflexos do tombo da atividade na arrecadação federal, o processo de corte da taxa Selic diminui os gastos do governo com os juros da dívida pública, impedindo uma alta maior no endividamento.

Onde investir?

Como já tratado aqui no Jornal Analitico, em quase todo tipo de investimento é de extrema importância saber seu perfil e além disso focar no que você pretende. Essas são dicas valiosas.

Com a taxa mais baixa desde 1999, ativos de maior retorno e volatilidade, as rendas variáveis, são bem vistas pelos investidores, eles tendem a oferecer maior potencial de retorno. Os títulos públicos com juros reais, crédito privado, Bolsa de valores e fundos imobiliários estão entre as principais recomendações.

Porém, é preciso lembrar que o foco nos investimentos precisa estar mais voltado para os ativos de médio e longo prazo para obter sucesso e fazer seu patrimônio crescer.

Para o investidor que esteja disposto a buscar ativos com maior prazo de vencimento, em que pese a taxa Selic no piso histórico, ou seja as rendas fixas, ainda há prêmios atraentes até mesmo entre os títulos públicos de risco soberano. Para esse nicho de investidor a renda fixa ainda é uma opção que segue viva, com ressalvas e é preciso peneirar muito para se conseguir um bom rendimento e boas oportunidades.

Dentro do cenário atual de Pandemia e incertezas, para os investidores que possuem um perfil mais conservador e buscam as rendas fixas, especialistas recomendam a alocação em títulos indexados à inflação (Tesouro IPCA+) com vencimentos em 2035, 2040 ou 2050. Na teoria, os títulos indexados à inflação (CDI e taxa Selic) – principal referência das aplicações de renda fixa, são mais defensivos, embora também tenham sofrido bastante na crise.

A busca por crédito privado tem seu espaço

Ainda no campo da renda fixa, porém com uma expectativa maior de retorno (vale lembrar que o risco vem atrelado), o segmento de crédito privado, também foi recomendado por especialistas, pois ainda há títulos de dívida, levando em conta a relação risco / retorno, atraentes.

Outras opções atraentes são os Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRAs), bem como em debêntures de infraestrutura, isentas de IR.

Se você está procurando investimentos com retornos interessantes comparados com outros produtos de renda fixa, os Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRAs), bem como os debêntures são boas opções.

Debênture é uma forma de emprestar dinheiro para empresas e assim receber juros maiores do que em títulos de instituições financeiras, mas é importante ficar atento à solidez da companhia, empresas tidas como “mais óbvias”, com solidez financeira e que atuem em segmentos resilientes, como de transmissão de energia, por exemplo.

Fundos Imobiliários

Outra classe que ganha atratividade em meio aos juros baixos é a de fundos imobiliários. Diante da forte valorização dos fundos de logística, a oportunidade hoje pode ser encontrada em carteiras de lajes corporativas que foram penalizadas pela crise e estão com preços baratos.

Fundos com foco em varejo também entram na lista de oportunidades.

Multimercados

Se você não se contenta com os rendimentos de rendas fixas e quiser retornos mais expressivos, terá de ir para a Bolsa, e pelo momento que vivemos, pode ser por meio de fundos multimercados, pois com carteiras diversificadas com juros, moedas, renda fixa e ações, tendem a apresentar volatilidade menor que os fundos de ações. Os fundos quantitativos também podem ser uma opção, principalmente em momentos de maior volatilidade.

Renda variável

Caso a escolha do investidor seja por um fundo de ações, a seleção do gestor é fundamental para obter um resultado satisfatório, caso o contrário as perdas podem ser grandes, devido a grande volatilidade do momento.

Porém como eu sempre digo, no mercado de bolsa de valores é necessário sempre ter sangue frio e pensar no longo prazo. Em um horizonte de 18 a 24 meses, o investimento em ações é uma boa opção. Em momentos de crise surgem diversas oportunidades, e o investidor precisa ter paciência para que o valor do ativo convirja para o preço-justo.

São nesses momentos de crise e instabilidade que comprar nas quedas mais abruptas é um excelente negócio, porém com uma visão voltada para o longo prazo.

O momento pós pandemia tornará as empresas sobreviventes mais sólidas, pois a concorrência ficará pelo caminho. E partir para compra de ações será algo interessante, assim como Fundos imobiliários sempre caem bem em qualquer carteira.

O importante para você que não possui um especialista em economia e não está tão intimo com o mercado financeiro é fazer um mix de seus investimentos, sempre diversificar entre rendas fixas e variáveis para poder garantir bons retornos e se manter seguro.

Para o momento pós pandemia, empresas dos setores bancários serão ótimas opções, fica a dica.

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