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Debandada no Ministério da Economia. Secretários de Paulo Guedes pedem demissão

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Debandada no ministério da economia gera desgaste na pasta. Dois dos secretários especiais de Paulo Guedes, Salim Mattar e Paulo Uebel pediram demissão.

Nesta terça-feira (11), o secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar e o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, pediram demissão do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Além dos dois secretários, o diretor do programa de desburocratização, José Ziebarth também pediu demissão do cargo.

Após receber os pedidos de demissão, Paulo Guedes reconheceu que houve uma debandada no ministério da economia da pasta.

Debandada no Ministério da Economia. Secretários de Paulo Guedes pedem demissão
Debandada no Ministério da Economia – Salim Mattar
FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil

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“O Salim hoje me disse: ‘a privatização não está andando, eu prefiro sair’. E o Uebel me disse o seguinte: ‘a reforma administrativa não está sendo enviada, eu prefiro sair’. Esse é o fato, essa é a verdade. Eu não escondo. Então você fala: ‘houve uma debandada?’ Hoje houve. Hoje houve uma debandada”

Paulo Guedes

As demissões dão continuidade a uma serie de debandadas no Ministério da Economia observada em julho. Em apenas duas semanas, Mansueto Almeida deixou a Secretaria do Tesouro Nacional e Rubem Novaes pediu demissão da presidência do Banco do Brasil; além de Caio Megale que também pediu exoneração do posto de diretor de programa da pasta.

A saída dos secretários foram motivadas pelo descontentamento de ambos com a velocidade e a falta de capacidade do governo em colocar o plano liberal de desestatização e a reforma administrativa em ação. Eles alegaram a dificuldade em implantar as reformas pela mudança de política do governo.

Abandonaram o navio

Veja a lista de nomes importantes que já abandonaram o navio no ministério da economia de Paulo Guedes

  • Marcos Cintra – Secretário da Secretaria da Receita Federal do Brasil
  • Mansueto Almeida – Secretário do Tesouro Nacional
  • Salim Mattar – Secretário Especial de Desestatização e Privatização
  • Paulo Uebel – Secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital
  • Rubem Novaes – Presidente do Banco do Brasil
  • Joaquim Levy -Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
  • Caio Megale – Diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda

O setor privado já esperava as saídas, pois não é de hoje que o Governo vem abandonando a agenda liberal em que se apoiou para conseguir votos durante a eleição. Hoje, o governo Bolsonaro busca uma política populista, que se mostrou positiva no ponto de vista eleitoral, após os pagamentos do auxílio emergencial proposto pelo Congresso.

Racha dentro do governo

Dentro do governo existem duas alas, a ala que defende a ampliação de obras públicas e a implantação do programa Pró-Brasil, que vai agrupar projetos já existentes em diversos ministérios num total somado de R$ 35 bilhões em investimentos – uma espécie de programa desenvolvimentista da época da ditadura militar; A maioria das obras de infraestrutura listada no Pró-Brasil está no Nordeste, onde os principais governadores são de partidos da oposição, o que demonstra claramente a preocupação eleitoral. 

Nos bastidores, integrantes do governo chegam a classificar o novo Pró-Brasil como uma “perfumaria”, já que se trata de um agrupamento de projetos já existentes dos ministérios reunidos sob um novo selo.

E existe a ala de Paulo Guedes, o dito Super Ministro, que insiste em uma agenda liberal de privatizações e reformas administrativas visando enxugar os gastos da máquina pública. Paulo Guedes, o chamado “posto ipiranga” teme que o governo possa “furar o teto” dos gastos públicos, inclusive fez dura crítica a ala que está pressionando o presidente para furar teto:

“Os conselheiros do presidente que estão aconselhando a pular a cerca e furar teto vão levar o presidente para uma zona sombria, uma zona de impeachment, de irresponsabilidade fiscal. O presidente sabe disso, o presidente tem nos apoiado”

paulo guedes

O que pensa o Jornal

Diante dos recentes acontecimentos é notório racha dentro do governo Bolsonaro.

Bolsonaro abandona suas promessas com o setor econômico ao visualizar um aumento de popularidade com o pagamento do auxilio emergencial junto à população mais carente, além de ter no plano Pró-Brasil uma maneira de iludir o eleitorado com uma agenda desenvolvimentista, mas que não passa de maquiagem, visto que as obras que o programa vislumbra, já existem.

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Paulo Guedes não cogita abandonar o governo nesse momento, mas pessoas próximas ao ministro alegam que tudo tem limites e que se o teto do gasto publico estourar, Guedes não tem problemas em sair do Governo, o que seria péssimo para Bolsonaro.

Também há um agravante em tantos rumores negativos pairando sobre o Ministério da Economia, o medo dos investidores. inclusive o dólar subiu após pedidos de demissão, reagindo aos riscos fiscais no Brasil e de uma eventual saída de Paulo Guedes, após começarem a “debandada no ministério da economia”.

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