Rússia vive roteiro de filme e momento é de incertezas
Rússia sofre inesperada rebelião de grupo de mercenários que se revolta contra o exército de Vladmir Putin.
Rússia sofre inesperada rebelião de grupo mercenário intitulado Wagner. Após um ano e meio de guerra na Ucrânia, a tentativa de Vladmir Putin de invadir e tomar o território Ucraniano sofre reviravolta interessante e inesperada.
O grupo de mercenários conhecido como Wagner se rebelou contra o governo de Vladmir Putin e agora caminha rumo a Moscou, coração do governo Russo.
Vladimir Putin realizou neste sábado (24), um pronunciamento condenando Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner. Segundo Putin, a rebelião de membros do Grupo Wagner foi como “facada nas costas” e prometeu punir quem trair as Forças Armadas do país.
O que dizem os mercenários?
O Grupo Wagner é uma espécie de organização paramilitar ligada ao governo russo. O grupo surgiu em 2014, composto por ex-soldados de elite altamente qualificados.
Com a invasão da Ucrânia, acredita-se que o grupo tenha se expandido recrutando prisioneiros para lutar a favor da Rússia. Os mercenários reforçaram a linha de frente e atuaram em várias batalhas, incluindo na conquista de Bakhmut.
A relação entre o grupo e o Ministério da Defesa da Rússia já estava estremecida há alguns meses.
Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo mercenário Wagner, que apoia a Rússia na guerra, se desentendeu com o governo do país nesta sexta-feira (23), o que levou parte dos combatentes da organização a se mobilizar. As autoridades russas disseram que irão investigar o líder do grupo, que é aliado de Vladimir Putin, por instigar um motim.
Mais cedo, Prigozhin acusou o próprio Ministério de Defesa da Rússia de atacar acampamentos da organização e prometeu retaliação. Segundo ele, uma enorme quantidade de combatentes do grupo teria morrido.
“Aqueles que destruíram nossos rapazes serão punidos. Peço que ninguém ofereça resistência. Somos 25 mil e vamos descobrir por que o caos está acontecendo no país”, disse o chefe do grupo Wagner. “Este não é um golpe militar. É uma marcha por justiça. Nossas ações não interferem de forma alguma nas tropas.”
Vale ressaltar que o grupo de mercenarios é aliado de Putin na invasão à Ucrânia, mas com que esse motim é preciso avaliar e aguardar os proximos passos. O grupo já tomou duas cidades Russas no avanço contra Moscou.
Em um vídeo divulgado neste sábado, Prigozhin disse que todos as sedes militares da Rússia em Rostov-on-Don estão sob controle do Grupo Wagner.
A agência Reuters afirmou que instalações militares de Voronezh, a 500 km de Moscou, também foram tomadas pelo grupo.
Moscou reforça segurança
Moscou teve a segurança reforçada neste sábado (24) em meio ao motim do Grupo Wagner que tomou a cidade de Rostov-on-Don e chegou a Voronezh. Segundo informações da agência de notícias Reuters, soldados russos teriam posicionado uma metralhadora na periferia de Moscou. A Praça Vermelha foi fechada por policiais.
De acordo com a agência, o jornal Vedomosti informou que a arma havia sido montada na extremidade sudoeste da cidade.
Policiais armados estão se reunindo no ponto onde a rodovia M4 – por onde os mercenários amotinados de Wagner estão se movendo – chega à capital russa. O Kyiv Post, um jornal ucraniano, informou que trincheiras estavam sendo cavadas nos arredores de Moscou.
O que pensa o Jornal?
É preciso compreender que o grupo Wagner é movido por dinheiro, mas que fragilizou o governo Putin com essa insurgência. Os mercenários que até então estavam no fronte de batalha em território ucraniano, se rebelaram e colocaram Moscou em situação de fragilidade.
Novas informações surgem a todo momento e sugerem que um acordo para frear os mercenários esteja na mesa e uma paralisação no avanço rumo à Moscou tenha sido ordenada pelo líder paramilitar Prigozhin.
É preciso aguardar os próximos passos, mas a imagem do ministério da Defesa Russo foi atingida e talvez a ação mercenária tivesse essa intenção. Por outro lado é possível a hipótese de que essa ação tenha sido teatral para encerrar a operação mal sucedida do exército Russo na Ucrânia.
É interessante fazer uma análise sobre a utilização de grupos paramilitares por governos em ações de guerra, pois os grupos mercenários não têm obrigações de cumprirem acordos internacionais e suas ações são “livres” para o cometimento de crimes de guerra.
Porém, governos podem ficar reféns de rebeliões como a vista hoje.