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Vacinação em SP e Anvisa aparelhada?

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Vacinação em SP: governo de São Paulo apresentou hoje o Plano Estadual de Imunização contra a covid-19, com início agendado para 25 de janeiro. Enquanto isso, Bolsonaro segue seu combate à ciência e deixa claro que quer controlar Anvisa para tentar minar vacina no país, confira:

O governo de São Paulo apresentou nesta segunda (07), o PEI (Plano Estadual de Imunização) contra a covid-19, que tem início agendado para 25 de janeiro. Segundo o programa, apresentado pelo governador João Dória (PSDB), a vacinação em SP começará pelos profissionais da saúde, quilombolas e indígenas. A partir de 8 de fevereiro, será a vez dos idosos, que serão divididos em quatro faixas etárias, completando assim o grupo prioritário da vacina.

A vacinação em SP será realizada com a CoronaVac, vacina desenvolvida e testada pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. O imunizante, porém, ainda precisa ter o registro aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser distribuído e aplicado — a expectativa do governo paulista é que isso ocorra em meados de janeiro.

E está aí o X da questão. Bolsonaro (Sem partido) já mostrou diversas vezes ser contra a ciência, por questões ideológicas ou simplesmente por questões psiquiátricas. Porém, mais do que ser contra a ciência ele tem sede por sua reeleição e pra isso coloca milhares de vidas de brasileiros em risco, se preciso for.

Bolsonaro entrou em uma luta ideológica contra o governador do estado de São Paulo, Joao Doria. Atitude inaceitável para um chefe de estado, que mostra seu lado lunático e sua obsessão pelo poder.

O presidente minou todas as políticas sanitárias que foram apresentadas em nome de uma política econômica, única forma que ele teria para se reeleger. Mas que se mostrou muito da fajuta, sem resultados e que deteriorou o país – os números estão na mesa e tendem a piorar.

Jair, negou a ciência em nome de um projeto de poder e com isso o Brasil chega na triste marca dos 177 mil mortos pela Covid-19. Criminoso! (será julgado por seus atos, oxalá)

Agenda da vacinação em SP

O governo paulista recebeu até agora 120 mil doses prontas da CoronaVac e mais o suficiente em insumos para envasar 1 milhão de doses pelo Butantan.

A primeira fase da vacinação em SP dura pouco mais de dois meses, de 25 de janeiro até 28 de março. A expectativa é aplicar 18 milhões de doses —quantidade suficiente para imunizar 9 milhões de pessoas.

vacinação em SP
Fonte: Governo Estadual de SP / Uol notícias/ Vacinação em SP

“A Secretaria de Saúde do estado, em parceria com municípios, vai ampliar de 5,2 mil para 10 mil postos de vacinação. Vamos quase que dobrar no programa de imunização. Para isso serão implantadas estratégias especiais de vacinação, incluindo farmácias, quartéis, escolas, terminais de ônibus e sistema especial de vacinação em forma de drive thru”

João Doria (PSDB), governador de São Paulo

De acordo com o plano apresentado hoje, o horário de vacinação em SP será:

-De segunda a sexta-feira: das 7h às 22h

-Sábados, domingos e feriados: das 7h às 17h

A previsão é que 54 mil agentes de saúde e outros 25 mil de segurança trabalhem na campanha de vacinação.

Para atender todo o estado, o governo conta com o funcionamento de 25 postos estratégicos de armazenamento da vacina, 30 caminhões refrigerados e 5.200 câmaras de refrigeração. Sem dar detalhes, a administração estadual informou que o custo da logística deve ser em torno de R$ 100 milhões, sem contar os insumos.

Aparelhamento da Anvisa

Bolsonaro tenta a qualquer custo dificultar a vacinação em SP proporcionada pelo governador João Doria. Inclusive, mudou quase que toda a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O presidente está agindo para garantir o controle da Anvisa, em articulação que irá politizar o órgão regulador e dar a ele as rédeas sobre aprovações de vacinas contra a Covid-19.

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Ele retirou dos cargos da diretoria do órgão cientistas e especialistas em saúde e políticas sanitárias para colocar nos cargos militares da reserva (lunáticos, assim como ele) para controlar o órgão chave que irá aprovar a vacinação no país.

A Anvisa está sendo aparelhada por diretores aliados com a postura negacionista e irresponsável de Bolsonaro. Gravíssimo!

Em 12 de novembro, Bolsonaro indicou o tenente-coronel reformado do Exército Jorge Luiz Kormann para assumir um dos cinco cargos de diretoria da Anvisa. Sem experiência em medicina ou desenvolvimento de vacinas, Kormann deve liderar a unidade encarregada em dar sinal verde aos imunizantes.

Caso o nome seja confirmado pelo Senado, como se espera, já que Davi Alcolumbre é seu aliado de momento, indicados de Bolsonaro ocuparão três das cinco diretorias da Anvisa, o que lhes dará maioria em todas as decisões da agência.

A Reuters entrevistou mais de uma dezena de autoridades antigas e atuais, governadores e parlamentares sobre os planos de Bolsonaro para a Anvisa, um órgão regulador responsável pela aprovação de medicamentos, dispositivos e tratamentos.

Muitos disseram ter preocupação de que a crescente influência do presidente na Anvisa esteja politizando a agência, que vai ter a função de aprovar diferentes vacinas em teste no Brasil. Alguns dos entrevistados têm receio de que Bolsonaro, de olho na reeleição em 2022, possa usar as aprovações da Anvisa para acelerar as vacinas a aliados e retardar a chegada aos rivais.

Outros temem que a resistência de Bolsonaro às vacinas contra o coronavírus se infiltrará na Anvisa, minando a credibilidade e alimentando o crescente fervor antivacinas no país.

O apoio público à vacinação contra Covid-19 está caindo em todo o Brasil, de acordo com pesquisa Datafolha de novembro com moradores de quatro grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, 72% dos entrevistados disseram que tomariam a vacina, queda de 7 pontos em relação ao mês anterior, enquanto o apoio à imunização obrigatória caiu 14 pontos, para 58%.

O que há de fato até o momento

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) questiona a falta dos dados finais dos estudos da fase 3 da CoronaVac, que são os resultados dos testes em humanos. O Governo de São Paulo diz que o material será enviado no próximo dia 15.

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“Esse dado é essencial para a avaliação tanto de pedidos autorização de uso emergencial quanto pedidos de registro” 

Anvisa

A agência explicou também que continua no processo de avaliação de parte dos primeiros dados prévios submetidos pelo Instituto Butantan sobre a vacina CoronaVac. No caso, material sobre segurança e eficácia enviados em 30/11 seguem sob análise.

E além disso, informou que ainda não concluiu o relatório da inspeção à fábrica da Sinovac, na China. Também essencial para liberar a utilização do imunizante, o parecer só deve ser concluído entre 30 de dezembro a 11 de janeiro, de acordo com a Anvisa. Muito tempo para se realizar um relatório tão importante como esse em um momento emergencial que vivemos.

Questionado se o anúncio feito pelo governo de São Paulo foi precipitado, o secretário-executivo do Centro de Contingência contra a Covid-19 de SP, João Gabbardo, disse que o anúncio não é precipitado.

“Como nós teremos 40 dias entre a entrega do resultado da fase 3 e o prazo para iniciar a campanha de vacinação no estado de São Paulo, entendemos que seja o suficiente para que a Anvisa possa fazer as suas análises”

João Gabbardo, secretário executivo do Centro de Contingência de SP.

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