Na manhã desta segunda-feira (25), Bolsonaro e Augusto Aras, Procurador Geral da República, se encontraram na sede da PGR e tiraram fotos e apertos de mãos. Ato ocorre antes da decisão que Aras terá que tomar sobre continuidade ou arquivamento das investigações das quais o presidente é alvo. Aras terá que decidir se abrirá denúncia ou não, diante os fatos que estão sendo apurados em Investigações.
O encontro entre os amigos, trás ao ar um cheiro de pizza indo ao forno para ser servida à nação.

É no mínimo anti-ético o encontro entre ambos. Já que Aras como Procurador decidirá sobre o futuro das investigações que tem como alvo Bolsonaro e seus atos de interferência política na PF, cada vez mais evidentes e escancarados: mensagens, vídeo da reunião, entrevistas e depoimentos, além dos atos concretizados pelo presidente antes e após denuncia de Sérgio Moro. O contexto é essencial e reforça as palavras de Moro.
No vídeo da reunião ministerial do dia 22 de Abril, uma das peças de investigação do inquerito que Sérgio Moro diz provar a intenção de interferência política de Bolsonaro na PF, o presidente diz que não esperaria sua família e amigos serem atingidos para “trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro”. “O tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família. Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”, afirmou Bolsonaro na reunião.
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Por serem amigos, algo que no mínimo deixa em dúvidas a decisão que será tomada— já que Aras não estava nem na lista para assumir a PGR. Deve-se reforçar a obrigação de Aras como Procurador e seu parecer deve ser técnico e diante todas as evidências apresentadas até agora, o que se espera é que seja dada continuidade às investigações. Caso não tome a decisão correta e resolva ceder às pressões de Bolsonaro, ele se intitulará como o Engavetador Geral da República.
Comecem a escolher o sabor da pizza…
Sempre vale ressaltar a falta de preocupação do presidente com a Pandemia que assola o país.
Renan Aversani
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