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Radiogate de Bolsonaro é tentativa fajuta de golpe nas eleições

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Radiogate de Bolsonaro é mais uma tentativa fajuta de melar eleições.

Radiogate de Bolsonaro é mais uma tentativa fajuta de golpe em eleições – nome remete ao Watergate, escândalo político norte americano de 1972 que culminou na renúncia do então presidente Richard Nixon.

Após episódio de seu aliado Roberto Jefferson, que visou tumultuar ambiente pré eleição, Bolsonaro tenta melar o pleito após denunciar supostas supressões nas inserções eleitorais de rádio em estados do Nordeste.

A equipe que coordena a campanha de Bolsonaro contratou a “Audiency Brasil Tecnologia”, uma empresa que afirma fazer distribuição, gerenciamento e acompanhamento de veiculações das campanhas de mídias offline (rádio) em tempo real, e oferece serviços a anunciantes, artistas musicais e emissoras.

A empresa que fez o monitoramento para a campanha de Bolsonaro afirma realizar o monitoramento das transmissões divulgadas pelas emissoras via streaming. O problema é que, nessa modalidade, a veiculação da propaganda política não é obrigatória.

Da mesma forma que acontece, por exemplo, com a Voz do Brasil, as empresas de rádio podem veicular outros conteúdos pela internet durante horário eleitoral, afirmam especialistas.

O TSE recebeu documento do levantamento realizado pela empresa contratada por Bolsonaro, porém o documento foi classificado como apócrifo pelo Ministro Alexandre de Moraes.

“Os fatos narrados na petição inicial não foram acompanhados de qualquer prova/ e ou documento sério, limitando-se o representante a juntar um suposto e apócrifo ‘relatório de veiculações em rádio’, que teria sido gerado pela empresa ‘Audiency Brasil Tecnologia'”.

O ministro ainda diz que o pedido de Bolsonaro e o relatório não indicam as “rádios, dias ou horários em que não teriam sido veiculadas as inserções de rádio” do presidente. “Nem tampouco há a indicação de metodologia ou fundamentação de como se chegou à determinada conclusão”.

Inicialmente, a campanha apontava que a suposta irregularidade envolveria 12 mil inserções, mas na terça-feira, em reposta ao presidente do TSE, que deu prazo de 24 horas para a apresentação de provas para embasar a denúncia sob pena de arquivá-la, os advogados da campanha apresentaram apenas um recorte questionando cerca de 700 inserções em oito rádios dos Estados da Bahia e Pernambuco que estariam descumprindo a regra de veiculação isonômica entre os dois candidatos.

“Tal fato é extremamente grave, pois a coligação requerente aponta suposta fraude eleitoral sem base documental alguma, o que, em tese, poderá caracterizar crime eleitoral dos autores, se constatada a motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana”, disse Moraes.

O pedido de investigação apresentado ao TSE pela coligação de Bolsonaro diz que a suposta fraude tem potencial de “assentar a ilegitimidade do pleito” se não for corrigida “imediatamente”.

Segundo fontes do tribunal, ainda que isso seja verdade não seria um motivo forte o suficiente para justificar a anulação das eleições, como defendem aliados do presidente.

Especialistas em direito eleitoral, afirmam que tal intenção de adiar ou anular eleição não tem amparo legal porque as datas para o primeiro e segundo turnos são previstas na Constituição. E mais: por lei, o tribunal não é responsável por fiscalizar a veiculações das inserções. Essa é uma tarefa para as próprias campanhas.

Radios dizem ter provas para contestar relatório usado por Bolsonaro contra TSE.

Os dados do relatório encaminhado ao TSE pela coligação de Jair Bolsonaro são contestados por ao menos 6 das 8 rádios citadas pela campanha.

As radios apontam divergências entre o número e os horários das inserções e o que foi realmente veiculado. Alegam que possuem as gravações dos dias citados no relatório e que estão à disposição das autoridades.

A lista de inconsistências inclui inserções que, segundo a empresa Audiency, teriam sido veiculadas entre 7h e 7h20. Este horário é destinado à propaganda em bloco do horário gratuito eleitoral, portanto, não tem previsão de inserções comerciais.

Também há uma rádio entre as que foram citadas que não funciona na frequência apontada pela Audiency.

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A rádio Integração FM, com sede em Surubim (PE), informou que fez uma levantamento de todas inserções de Lula e Jair Bolsonaro na programação da rádio e confrontou com a gravação da programação dos dias apontados pela Audiency, identificando divergência entre o que o relatório apresenta e o que foi veiculado. Citou como exemplo o fato da Audiency informar que, no dia 10 de outubro de 2022, a rádio teria veiculado uma inserção do PL às 7h05 da manhã. Acontece que, neste horário, todas as emissoras estão exibindo o horário eleitoral gratuito e era exatamente o que estava sendo transmitido pela rádio.

A radio afirma que tem a gravação para comprovar tal fato. Informou ainda que essa é apenas uma das divergências encontradas no relatório.

“Todo o material veiculado pela emissora está arquivado para apresentar como prova de que trabalhamos com seriedade e nao infringimos a lei”, informou a nota assinada pelo diretor-geral da rádio, Fábio Barbosa.

Outra rádio citada pela campanha de Bolsonaro, a rádio Hits, do Recife, também aponta inconsistências no relatório da Audiency e destacou que a empresa contratada pela coligação de Jair Bolsonaro capta via internet o áudio transmitido pelas emissoras de rádio.

Em nota, destacou a afirmação da Audiency de que no dia 7 de outubro, a emissora veiculou apenas 23 das 25 inserções da coligação de Bolsonaro. No entanto, a emissora diz ter averiguado em seu software, o Pulsar, que as 25 inserções foram veiculadas. Em 7 de Outubro, o mapa de inserções e spots para veiculação no dia seguinte foi enviado após o horário limite designado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco.

Desta forma, a emissora diz que ficaria isenta da obrigatoriedade de cumprir as inserções. Mesmo assim, iniciou as transmissões às 11h32 de 08 de Outubro, veiculando 16 das 25 inserções diárias.

Em nota, a diretora da rádio, June Cristina Melo, manifestou repudio “ao vazamento de dados pela empresa Audiency Brasil Tecnologia, de forma nunca vista por nenhuma auditoria musical ou comercial, sem a autorização ou checagem prévia da emissora em questão”.

Para se ter noção das incongruências do relatório enviado, no caso da rádio Bispa, também de Recife, o relatório aponta que a rádio funciona na frequência 97.1, mas a rádio usa a frequência 98,7.

Essas entre outras são as acusações levianas de Bolsonaro contra as rádios.

O que pensa O Jornal?

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Como já era esperado, Bolsonaro irá usar todas as mentiras que estiverem disponíveis para desacreditar o sistema eleitoral e insinuar interferência nas eleições na tentativa de impugnar o pleito. Golpe, para os menos entendidos.

Esta foi a tática utilizada por Donald Trump e essa será a tática bolsonarista. Bolsonaro já tenta há algum tempo corroer as instituições e desacreditar o sistema eleitoral para em caso de derrota pedir anulação do resultado.

Bolsonaro sabe que a democracia brasileira é recente se comparada com a americana e seguindo esse pensamento, mais fragil. Porém, ele não contava com um STF vigilante e um TSE atuante que se preparou para o que viria de Bolsonaro.

Todas as tentativas de tumultuar o ambiente até agora foram por água abaixo, por não apresentar provas e nem demonstrar credibilidade. Os ataques serviram apenas para jogar fumaça em escândalos que ele mesmo cria e que minam sua chance de reeleição aos poucos.

As acusações de Bolsonaro são tão frágeis e sem pé nem cabeça que causou um racha no QG de sua campanha, segundo apuração da Reuters.

Para se ter noção a petição apresentada é tão leviana e sem base de dados que afirma que Lula teve 100 horas a mais de inserções só no Nordeste, em uma semana, sendo que TODAS as inserções em todo o segundo turno só somam 9 horas e 35 minutos, divididas entre os dois candidatos. Soa patético.

Porem, tais acusações sem provas e inconsistentes que Bolsonaro e sua coligação vem fazendo incorrem em crime eleitoral, pois tem o único intuito de tumultuar e atrapalhar o andamento das eleições. Tais ataques devem ser refutados e punidos com rigor.

Se não pela lei, que seja pelas urnas.

A sociedade não pode deixar Bolsonaro sujar a República mais do que já tem feito.

É inadmissível que um candidato tenha liberdade de criar fatos mentirosos, sem provas e ataque desta maneira o pleito.

Fontes : Folha de S.Paulo e portal Uol

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