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Protestos no Líbano crescem após 6 dias da megaexplosão. Primeiro-ministro libanês renuncia.

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Hassan Diab, primeiro-ministro renuncia cargo após protestos no Líbano crescerem devido tragédia em Beirute, que deixou ao menos 158 mortos, 6.000 feridos e destruiu parte da cidade.

Cresce grande onda de protestos no Líbano, quase uma semana depois da tragédia que deixou muitos mortos, feridos e destruiu parte da capital. As autoridades, que já vinham sendo acusadas de corrupção, negligência e incompetência, ainda não responderam por que uma grande quantidade de nitrato de amônio estava armazenada no porto.

beirute
Imagem de explosão em região portuária em Beirute
foto: Karim Sokhn (Via Reuters)

O presidente Michel Aoun, cada vez mais contestado, rejeitou uma investigação internacional para o ocorrido. As autoridades também não tem informado sobre o andamento da investigação local.

Tudo isso tem aumentado a insatisfação que a população libanesa vem demonstrando com o governo e as autoridades do país, devido dívidas crescentes e acusações de corrupção.

Mas foi nesse final de semana, que protestos tomaram as ruas, envolvendo confronto com a polícia e invasões de prédios públicos. Os manifestantes pediram “vingança” contra a classe política totalmente desacreditada.

O governo atual foi formado em janeiro, com apoio do Hezbollah, grupo terrorista com forte influência no país.

Diante pressão da população, a ministra da Justiça, Marie-Claude Najm, apresentou sua renúncia, a terceira a deixar o governo após a ministra da Informação, Manal Abdel Samad, e do ministro do Meio Ambiente, Damianos Kattar.

Najm foi criticada na quinta-feira ao visitar o devastado distrito de Gemmayzé, nas proximidades do porto, poucas horas depois de um deslocamento ao mesmo setor do presidente francês Emmanuel Macron, recebido como um “herói”.

Protestos no lìbano
Protestos no Líbano aumentam e levam população às ruas.
Foto: CNN

E como resultado dessa onda de protestos no Líbano, que o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, anunciou agora pouco, nesta segunda-feira (10) sua renúncia e a de todos os membros do gabinete que administra o país.

“Estamos indo um passo para trás para ficar do lado do povo e lutar com eles a batalha da mudança. Nós queremos abrir a porta perante a salvação nacional para que todos os libaneses participem da criação desse projeto. É por isso que eu anuncio hoje a demissao deste gabinete. Que Deus proteja o Líbano”,

Hassan Diab, primeiro-ministro libanês, em pronunciamento.

Ainda durante seu discurso de renúncia, Hassan Diab afirmou que a corrupção do sistema é maior que o próprio estado e fez o que chamou de uma denúncia contra a elite libanesa, por terem usado de mentiras contra seu governo.

A informação de sua renúncia já havia sido adiantada pelo ministro da Saúde, à agência internacional Reuters.

Hassan Diab havia indicado que estava pronto para permanecer no cargo por dois meses, até a organização de eleições antecipadas em um país dominado pelo movimento armado do Hezbollah, um aliado do Irã e do regime sírio de Bashar al-Assad.

Mas as eleições antecipadas não são uma das principais reivindicações das ruas, já que o Parlamento é controlado por forças tradicionais que elaboraram uma lei eleitoral cuidadosamente calibrada para servir aos seus interesses.

“Todos significa todos”, tem sido o grito dos manifestantes, que apelam à saída de todos os dirigentes. Efígies de muitos deles, incluindo de Michel Aoun e Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, foram penduradas em forcas durante os protestos.

“Há apenas uma pessoa que controla este país, é Hassan Nasrallah”, afirmou um dos nove deputados que anunciou sua renúncia. “Para eleger um presidente, nomear um primeiro-ministro você precisa da autorização de Hassan Nasrallah”, disse Nadim Gemayel, filho do ex-presidente libanês.

Acompanhe maiores informações sobre a crescente onda de protestos no Líbano e os desdobramentos da renúncia de Hassan Diab.

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