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Prévia do PIB indica recessão, o tombo é de quase 11%

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A prévia do PIB divulgada pelo Banco Central indica tombo de quase 11% na economia no segundo trimestre. Prévia indica recessão, porém o PIB oficial só será divulgado em 1º de setembro pelo IBGE.

Nesta sexta-feira (14), o índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central, registrou um tombo de 10,94% no segundo trimestre de 2020 na economia brasileira.

A divulgação do índice, que é considerado uma “prévia” do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia –  indica recessão técnica no segundo trimestre, ou seja, um recuo do nível de atividade econômica por dois trimestres consecutivos.

Histórico da atividade em 2019/2020

Embora em 2019 a equipe econômica tenha comemorado aos resultados da atividade econômica como “excelentes”, o PIB brasileiro foi muito abaixo do esperado e o “PIBINHO” foi ventilado por governistas como “PIBIZÃO”, pura estratégia política.

PIB
Foto: Guilherme Luiz Pinheiro/G1

Já no início de 2020, como podemos ver no gráfico acima, nos três primeiros meses deste ano a economia já havia tido retração de 1,5%. A pandemia ainda não era motivo de preocupação que justificasse os resultados do primeiro trimestre e essa queda assombrosa demonstrou o quão frágil é nossa economia.

Ladeira a baixo

A partir do segundo trimestre deste ano a Pandemia assolou o mundo e as economias mundiais sofreram com seus efeitos, que tem colocado o mundo num caminho de recessão.

O recuo entre abril e junho deste ano foi verificado pelo Banco Central na comparação com o primeiro trimestre de 2020. O valor de queda de quase 11% na atividade econômica foi calculado após ajuste sazonal, uma “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano.

Outro número que acompanha a queda da atividade econômica é o número de desempregados no país. O número teve alta de 31% em 12 semanas, segundo o IBGE.

O Brasil encerrou o mês de julho com 12,3 milhões de desempregados, um aumento de 3,1 milhões de desempregados se comparado com o mês de Maio.

PIB X IBC

Entenda a diferença entre PIB, divulgado pelo IBGE e os dados do IBBC-Br.

Os resultados do IBC-Br são considerados uma “prévia do PIB”. Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.

O cálculo dos dois é um pouco diferente – o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país, a taxa Selic. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.

Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano, na mínima histórica, e o BC indicou, no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), cautela sobre a possibilidade de novos cortes na taxa de juros, pois o Brasil já estaria próximo do nível em que reduções adicionais na taxa de juros poderiam gerar instabilidade nos preços de ativos (alta do dólar, por exemplo).

Dívida econômica e Teto de gastos – Irresponsabilidade

Segundo especialistas, a divida econômica irá chegar a 100% do PIB esse ano. Os juros futuros já vem aumentando pela perspectiva do endividamento público brasileiro, pois o medo do Brasil não conseguir pagar sua dívida faz com que entidades econômicas subam as taxas de juros para compensar tal calote. Isso gera desconfiança no mercado de investidores.

Outro movimento que gera desgaste com investidores, parlamentares e ministros, além de problemas econômicos é o teto de gastos públicos, que o presidente embora advertido por Paulo Guedes, já admite estourá-lo.

PIB e recessão
Foto divulgação – Voz do Pará

O movimento do governo em estourar o teto de gastos para realizar o plano Pró-Brasil é visto por todos como abandono às políticas liberais de Paulo Guedes e sua equipe econômica, o que gerou recente debandada no Ministério da Economia.

Incentivado pelos recentes dados da pesquisa Datafolha, Bolsonaro contradiz discurso de dias atrás e já fala em estourar o teto de gastos para ampliar o auxilio emergencial, que o rendeu melhoras nas pesquisas.

Puro plano eleitoreiro – já que antes, Bolsonaro era contrário a implementação do auxilio como é hoje – o que causa cada vez mais desgaste com a equipe econômica e coloca o Brasil numa zona perigosa de endividamento público e segundo o próprio Paulo Guedes, numa zona de Impeachment.

O buraco é fundo e o governo está buraco a dentro. Se iludindo com pesquisas de popularidade, mesmo erro do governo petista, Bolsonaro só pensa em reeleição e esquece do Brasil e das investigações que afetarão ele sua família.

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