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Por que o combustível subiu tanto?

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Por que o combustível subiu tanto nos últimos anos? Entenda a mudança na política de preços da Petrobras que elevou os preços nos últimos anos.

Por que o combustível subiu tanto nos últimos anos? Os preços praticados no Brasil já estavam exorbitantes, e com a nova decisão da Petrobras nesta quinta-feira (10), de reajustar o preço da gasolina nas refinarias em 18,7% e o do diesel em 24,9% muita gente ficou  indignada e com razão. O novo reajuste segue preço do barril do petróleo que tem subido no mercado internacional com a invasão à Ucrânia.

Com isso, a estimativa é que o preço médio da gasolina nas bombas passe de R$ 6,57 o litro para R$ 7,02. Já o diesel pode ir dos atuais R$ 5,60 para R$ 6,48 o litro. O cálculo é da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Fertilizantes) e leva em conta o Levantamento de Preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Atual reajuste fez economistas reverem suas projeções de inflação, para cima. Inflação para o mês de fevereiro é a maior desde 2015 e vai a 10,54% em 12 meses. 

Mas por que os preços não param de subir nas bombas?

É importante entender o que motivou esses constantes aumentos no valor do combustível vendido no Brasil nos últimos anos. Enquanto o presidente da republica desinforma parte da população responsabilizando os impostos estaduais e tirando o peso político de suas costas, é preciso entender que a equação que compõe o preço dos combustíveis não se alterou desde então.

Na composição do Diesel, por exemplo, quatro fatores são importantes: Preços do produtor ou importador, que na equação resulta em 52,1% no valor total – é esse fator que sofre maior influência externa, como cotação internacional do petróleo e câmbio – Carga tributária que se divide entre 16% de ICMS, imposto estadual e 6,9% de impostos federais,  Cide, PIS, Pasep e Cofins; Outros fatores na equação são o custo de biocombustível obrigatório, que é cerca de  14% do valor final e as Margens da distribuição e revenda que incidem em 11% no valor da bomba.

 Portanto dizer que os impostos são os grandes vilões do preço não é justo. Claro que um imposto menor, incidiria em um preço final menor, mas metade do valor do combustível é culpa da produção e importação do produto. Aí que está o vilão dos últimos anos, quer entender o porquê? 

Em 2016 após a crise que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras alterou sua política de preços, passando a adotar o chamado Preço por Paridade Internacional (PPI). Com isso, o preço dos combustíveis no Brasil passou a seguir a cotação internacional do petróleo, bem como as variações do câmbio – já que a commodity é negociada em dólares no mundo todo.

A medida é vista como um dos alicerces da nova fase da estatal. A adoção da nova política de preços, recuperou o prestígio no mercado e a confiança dos investidores, mas em troca do lucro dos acionistas, o consumidor final sofre e paga o preço toda vez que precisa ir ao posto para abastecer. 

A antiga política adotada na estatal visava frear a inflação no país, já que os preços eram ditados pelo governo que utilizava dessa manobra para produzir índices menores de inflação, mas à custa da margem de lucro da petrolífera. 

Com a política dos últimos dois governos, voltados a práticas mais liberais, a Petrobras parou de servir ao Brasil e agora o Brasil serve à Petrobras. Em nome do mercado de acionistas, lucro de investidores e diretores da empresa, arrocha-se o poder de compra da população com uma inflação alta, puxada pelos constantes aumentos nos valores dos combustíveis. 

A mudança na política nacional foi primordial para essa elevação desenfreada nos preços e na inflação descontrolada que enfrentamos no Brasil, pois foi a partir da decisão de alterar a política de preços, a tal PPI que elevou-se o preço praticado no mercado interno. 

É importante lembrar que no Brasil, a dependência do transporte terrestre quatro rodas, faz com que toda a cadeia de produção e logística fique mais cara quando acontecem reajustes como este do dia 11 de fevereiro, tornando todos os produtos mais caros para o consumidor final e elevando a inflação. 

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