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Para o Governo, os mais de 22 mil mortos é visto como oportunidade.

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Em meio à Pandemia que atinge com força o Brasil, e que é reforçada diariamente pela inércia, negligência e falta de ações conjuntas da União, o governo vê oportunidade para rifar cargos para centrão e assim como disse o ministro Salles, passar a boiada.

Conforme já havia alertado em post anterior: De volta às origens, o governo se aproximava de partidos políticos e parlamentares e cria relações duvidosas.

Após esse alerta mais cargos foram rifados e demonstrou a real política de Bolsonaro, a velha política. O total de R$ 76,5 bilhões já entregues em cargos, ficará nas mãos de nomes do Centrão e será maior do que tem disponível a maioria dos governadores do País – só perde para os orçamentos de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 

O governo ainda negocia com o grupo uma área estratégica na contenção da pandemia causada pelo coronavírus — a Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde, deixada essa semana pelo epidemiologista Wanderson Oliveira.

O interessado no cargo é o PL, partido comandado por Valdemar da Costa Neto, ex-deputado e condenado no caso mensalão.

Para o Governo, os mais de 22 mil mortos é visto como oportunidade.
Imagem retirada da Coluna Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim.

Desde a retomada do namoro de Bolsonaro com o Centrão alguns cargos já foram cedidos no governo, listando alguns deles:

– A diretoria de ações educacionais do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação); O cargo é um dos mais importantes, ele gere programas como o de livros didáticos e transporte escolar.  O Fundo possui orçamento de mais de R$50 bilhões e foi entregue a Garigham Amarante Pinto, indicação do ex-deputado Waldemar da Costa Neto, lider do PL. Amarante Pinto é formado em direito e não possui experiência na área da Educação.

– A direção do Dnocs ( Departamento nacional de obras contra seca); o cargo foi entregue a Fernando Marcondes Leão, indicado de Arthur Lira, líder do Progressistas na Câmara. Marcondes Leão, embora não seja do Progressistas, pertence ao Avante que também integra o grupo político. Com orçamento de R$ 1bilhao, o departamento cuida do planejamento de obras no combate à seca nas regiões semi áridas do Brasil e tem a competência de pedir desapropriação e destinar  terras de projetos da União ou Estados.

– A secretaria de Mobilidade do Ministério de Desenvolvimento Regional; O cargo foi entregue para Tiago Pontes Queiroz. Pontes que responde a um processo por improbidade administrativa enquanto era membro do ministério da Saúde em 2018, foi nomeado pelo deputado Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos e vice presidente na câmara. O Republicanos abriga dois dos filhos do presidente, Flávio e Carlos Bolsonaro.

Ainda são esperadas nomeações em órgãos estratégicos, como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), o Banco do Nordeste, Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), Funasa (Fundação Nacional de Saúde), entre outros.

O interesse do grupo nestes órgãos se dá pela importância que eles têm em rincões do País, lugares afastados.  O Centrão como um todo tem cerca de 200 deputados, número suficiente para barrar ameaças contra Bolsonaro, de pautas-bomba a eventuais pedidos de impeachment. Gigantes do grupo político, como PP, PL e Republicanos, estão gerenciando a distribuição de cargos do governo federal para atrair partidos menores para a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Bolsonaro com pouco mais de 1 ano de governo abandonou o lavajatismo, o liberalismo e agora abraça com todas as forças seu antigo par romântico, o Centrão.

Assim como o presidente gosta de se referir às relações políticas usando metáforas amorosas, utilizarei dela para tal comentário. Neste namoro antigo, que para se eleger ele “pediu um tempo”, agora quer retomar o relacionamento com toda paixão guardada dentro de seu peito.

Renan Aversani

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3 Comentários
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