A Polícia Federal realizou hoje, quarta-feira (27), uma operação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), expedida pelo ministro Alexandre de Moraes que conduz inquérito que apura financiamento e propagação de fake news, notícias falsas e ataques à democracia.
O ministro Alexandre de Moraes chamou de milícias digitais as organizações criminosas que querem coagir e descreditar a imprensa, atacar os poderes democráticos e financiar atos anti-democráticos e que criam conteúdos de ódio e fraudulentos, cometendo crimes. Os alvos das buscas e apreensões foram os financiadores dessa rede.

Todos os alvos são aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os alvos são apontados como financiadores da rede de propagação de fake news, notícias falsas e ataques ao STF. Entre os alvos são, o empresário Luciano Hang, amigo do presidente e dono da rede Havan, o ex-deputado Roberto Jefferson e líder nacional do PTB, os blogueiros Allan dos Santos do Terça Livre e Sara Winter, militante bolsonarista. Estão também no inquérito dois deputados estaduais e seis deputados federais, entre eles Carla Zambell (PSL-SP).
A PF cumpriu vinte e nove mandados de buscas e apreensão referentes à investigação no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.
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Veja a lista completa dos alvos de busca e apreensão da operação hoje:
- Luciano Hang (SC): empresário, dono da Havan, apoiou Bolsonaro durante a eleição de 2018 e segue aliado do presidente
- Roberto Jefferson (RJ): ex-deputado federal preso no Mensalão. Seu partido, o PTB, declarou apoio a Bolsonaro em 2018. Nas redes, tem defendido o presidente e criticado o STF, pedindo que Bolsonaro aposente compulsoriamente os ministros
- Allan dos Santos (DF): blogueiro e um dos fundadores do site “Terça Livre”
- Sara Winter (DF): blogueira. Em uma rede social, se define como “ativista pró-vida e pró-família, analista política e conferencista internacional”
- Winston Lima (DF): blogueiro, dono do canal no YouTube “Cafezinho com Pimenta”, onde transmite diariamente as falas de Bolsonaro na saída do Palácio do Alvorada. Promove manifestações de apoio ao presidente
- Edgard Corona (SP): empresário, dono das redes de academia SmartFit e BioRitmo (SP)
- Edson Pires Salomão (SP): assessor parlamentar do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP)
- Enzo Leonardo Suzi (SP): youtuber no canal no YouTube “Enzuh”
- Marcos Bellizia (SP): um dos líderes do movimento “Nas Ruas”
- Otavio Fakhoury (SP): Investidor do setor imobiliário, um dos fundadores da Aliança para o Brasil e colaborador do site “Crítica Nacional”
- Rafael Moreno (SP)
- Rodrigo Barbosa Ribeiro (SP): assessor parlamentar do deputado Douglas Garcia (PSL) e líder do “Movimento Conservador” em Araraquara
- Paulo Gonçalves Bezerra (RJ)
- Reynaldo Bianchi Júnior (RJ): humorista, músico e palestrante
- Bernardo Kuster (PR): em uma rede social, se define como diretor de opinião do jornal “Brasil Sem Medo”
- Eduardo Fabris Portella (PR)
- Marcelo Stachin (MT): nas redes sociais, é defensor de Bolsonaro e com frequência se manifesta contrário ao STF
O ministro Moraes determinou também que deputados deverão ser ouvidos no inquérito em até 10 dias. Eles não foram alvos de mandados nesta quarta. Veja a lista:
Deputados federais
- Bia Kicis (PSL-DF)
- Carla Zambelli (PSL-SP)
- Daniel Silveira (PSL-RJ)
- Filipe Barros (PSL-PR)
- Junio Amaral (PSL-MG)
- Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP)
Deputados estaduais
- Douglas Garcia (PSL-SP)
- Gil Diniz (PSL-SP)
Importantíssimo o inquérito que investiga esses diversos cometimentos de crimes. Essas organizações criminosas devem ser combatidas, pois utilizam métodos e injeção de dinheiro que criam uma infraestrutura para tais ilícitos.
Liberdade de expressão não é utilizar mecanismos de algoritmos e robôs para viralizar e promover notícias falsas que caluniam e desinformam, protegem aliados e destroem reputações.
A desinformação deve ser combatida com Informação.
Renan Aversani
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