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O saldo do fracasso de Bolsonaro, inegável e irreversível

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O governo de Jair Bolsonaro chega aos trancos e barrancos ao seu último ano e o saldo é de um fracasso inegável e irreversível, visto o que já demonstrou até aqui.

Já se foram 2/3 de governo Jair Bolsonaro e o desastre é notório, basta circular pelas ruas do país ou analisar os dados econômicos, sociais, ambientais e políticos. O brasileiro escolheu mal e agora não vê a hora de se livrar desse que é sem dúvidas o pior governo que esse país já teve.

O nível de satisfação com o governo Bolsonaro é um dos piores já registrados por um governo; Hoje, 61% reprovam o atual governo. A reprovação só não é pior pois sua claque é movida por fanatismo e ignorância. Bolsonaristas, os poucos que ainda restam, parecem viver em um outro país, e este fato muito se explica pois seus apoiadores consomem fakenews e notícias disseminadas propositalmente por redes bolsonaristas que utilizam-se de estratégias digitais, aproveitando a baixa cognição e o alto nível de analfabetismo funcional que o país possui.

Mas os danos são sólidos e o brasileiro sente a péssima gestão que tem governado o Estado brasileiro. Os 16 meses restantes serão ainda piores, pois não se vê em Brasília uma luz no fim do túnel, muito pelo contrário. Tudo o que o presidente pensa é mover e agitar suas redes para inflamar e criar crises institucionais, pois Bolsonaro vive de fumaça. Fumaça talvez seja a única coisa que ele saiba criar…

Bolsonaro sabe que não será reeleito, ele sabe que seu governo é ruim e que ele não tem capacidade para administrar nem se quer o próprio condomínio, por isso ele tem aumentado os ataques institucionais e subido o tom no confronto contra os demais poderes para inflamar seus apoiadores. Apoiadores que embora poucos, gostam do confronto e compram as ideias rasas que Bolsonaro tem das coisas.

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Jair Bolsonaro vive de crises, pois ele as utiliza para agitar sua militância e manter uma fantasia de que ele é um outsider, apesar da aliança com o Centrão. Parte de seu eleitorado ainda acredita que ele luta contra o sistema, tsc tsc. Para ele é melhor desviar dos problemas e insistir no discurso fraudulento e mentiroso de que o Judiciário e o Legisltavio o impedem de governar.

Os retrocessos

Os retrocessos que o governo de Jair proporcionou à população brasileira são inúmeros: ambientais, econômicos, sociais e políticos.

No que tange as políticas ambientais o governo Bolsonaro já pode ser considerado o mais desastroso da história ambiental brasileira. Desde que assumiu, o presidente têm governado para ruralistas e grileiros. O governo têm enfraquecido as políticas ambientais desde seu primeiro ato. A lista de ataques e de enfraquecimento dos órgãos ambientais é gigantesca e a tendência pró grilagem e ruralistas é clara e preocupante.

  • A Agência Nacional das Águas foi para o ministério do Desenvolvimento Regional, e o Serviço Florestal Brasileiro não só foi para o ministério da Agricultura como passou a ser chefiado por um ruralista, que critica abertamente o percentual de preservação de áreas verdes em propriedades rurais.
  • O ministério anunciou a revisão de todas as Unidades de Conservação do País, prevendo a possibilidade de mudanças nos critérios técnicos e até extinção de unidades.
  • A base governista tem insistido no projeto de lei que defende o fim das reservas legais em propriedades rurais que, se aprovado, pode levar ao desmatamento de 167 milhões de hectares (o equivalente a 30% de toda a vegetação nativa do Brasil).
  • O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) foi enfraquecido, comprometendo a fiscalização contra o desmatamento, pesca ilegal, entre outros. Para se ter uma ideia, as multas aplicadas por desmatamento ilegal foram reduzidas ao menor nível em 11 anos. Após o então ministro Ricardo Salles desqualificar as ações do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e ameaçar investigar seus fiscais, o presidente do instituto pediu demissão. A crise desencadeada pela demissão abriu caminho para a reformulação total do órgão, com a contratação de policiais no lugar de especialistas em biodiversidade.
  • O desmonte da política ambiental brasileira, que comprometeu a fiscalização e a prevenção do desmatamento, levou o Tribunal de Contas da União a abrir um processo investigativo, que incluiu, também, uma apuração sobre a intensa liberação de agrotóxicos no País.
  • A divulgação de dados científicos sobre a situação ambiental no país foi motivo de críticas por parte do presidente, sem evidências científicas e por questões ideológicas, alterou os moldes e diminuiu a eficácia e a credibilidade dos dados divulgados.
  •  O desmatamento em terras griladas aumentou 50% nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro em relação à média dos cinco anos anteriores. De 2014 a 2018, foram 112,8 mil hectares. Em 2019, passou para 215,6 mil e, em 2020, ficou em 226,5 mil, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Essa área destruída em terras registradas ilegalmente responde por 20% de toda a devastação registrada na Amazônia.
  • A política do Brasil tem sido fortemente criticada por todas entidades cientificas mundiais e tem sido motivo de perca de investimentos estrangeiros que ajudavam no combate ao desmatamento da Amazônia. O Brasil se tornou párea mundial.

Os retrocessos econômicos são visíveis e milhares de brasileiros voltaram para o mapa da fome. Está caro manter o governo de Jair Bolsonaro, muito caro:

  • Inflação dispara em 2021 e deve ser a maior desde governo Dilma, prevê mercado.
  • Prévia da inflação, IPCA-15 sobe 0,89% em agosto, maior alta para o mês desde 2002 e acima do esperado pelo mercado. No ano, o indicador acumula alta de 5,81% e nos últimos 12 meses, de 9,30%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
  • Alimentosconta de luzgasolina e botijão de gás estão entre os vários itens cujos preços dispararam no Brasil nos últimos meses.
  • Conta de luz é um dos fatores que puxam a alta da inflação. O IPCA-15 foi puxado pelo aumento na conta de luz em agosto. Nos meses de julho e agosto vigorou no país a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que, a partir de 1º de julho, teve aumento de 52% no valor adicional cobrado na conta de luz.
  • Preço dos combustíveis é outro vilão. Preço sobe até 765% mais que a inflação em 2021. Os reajustes médios de gasolina (19,5%) e diesel (18%) aplicados em 2021, por enquanto, foram 417% e 377% maiores que o IPCA acumulado no ano.
  • O real foi a moeda que mais se desvalorizou em 2020. O real perdeu 28% do seu valor perante o dólar, que chegou a ser negociado a cerca de R$ 5,50. O turismo, a R$ 5,80. É o pior desempenho entre as 30 moedas mais negociadas do mundo.
  • Real é a 5ª pior moeda do mundo em 2021.
  • Banco Central decidiu aumentar a Selic para 5,25% ao ano. Foi a quarta elevação consecutiva da taxa em 2021 e já é esperado outro aumento na próxima reunião, que acontecerá em 21 e 22 de setembro. O aumento do juros tem potencial de gerar piores condições para a população. Entre as consequências estão o aumento nos juros praticados pelos bancos, o aumento das despesas com juros da dívida pública e um impacto negativo no consumo da população – o que, por sua vez, afeta o emprego e a renda.
  • Desemprego segue em alta e chega a 14,7 milhões de brasileiros. Número de pessoas em busca de uma vaga aumentou 3,4% no trimestre encerrado em abril, na comparação com os três meses anteriores. País mantém taxa de desocupação recorde, de 14,7% da população ativa, segundo o IBGE.
  • Com a aceleração do desemprego, o assalariado que possui baixa empregabilidade se sujeita a buscar ocupação em atividades muitas vezes de subemprego, ou liberais, criando desigualdade.

O Brasil não é um país pobre, mas um país injusto e desigual, com muitos pobres. A desigualdade na distribuição da renda e das oportunidades de inclusão econômica e social representa o principal determinante dos elevados níveis de pobreza que afligem a sociedade brasileira. Os problemas sociais no Brasil sempre foram gritantes. A desigualdade social é fator que impede o país de se desenvolver, porém nos últimos anos o problema tem se agravado de maneira nunca antes vista. A pandemia da Covid-19 contribuiu para o aumento da desigualdade, graças a má gestão do governo federal.

  • Pandemia e desmonte do Estado agravam drama dos trabalhadores. Com desemprego e preços dos alimentos nas alturas, necessidades da população são cada vez mais básicas.
  • Relatório da ONU vê agravamento de desigualdade com pandemia e baixo crescimento de Brasil. No Brasil, os 10% mais ricos concentram 57% da renda nacional; e a crise sanitária deve piorar o cenário.
  • Conforme dados do grupo de pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, com sede na Freie Universität Berlin, na Alemanha, 125,6 milhões de brasileiros sofreram com insegurança alimentar durante a pandemia. O número equivale a 59,3% da população do país e se baseia em pesquisa realizada entre agosto e dezembro de 2020. 
  • Após ter deixado o mapa da fome da ONU em 2014, o Brasil tem convivido com um cenário de crescente insegurança alimentar. Nos últimos meses do ano passado, 19 milhões de brasileiros passaram fome, e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar. Os dados são de um estudo nacional realizado pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional)
  • Desde o início da pandemia, o preço dos alimentos aumentou 15% no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é quase o triplo da inflação geral registrada no mesmo período, 5,2%

A degradação e o quadro político do Brasil se agravou de uma maneira espetacular. O presidente da Republica aumenta a tensão e a possibilidade de confrontos entre a população, os Poderes e as diferentes esferas do Executivo, levando a mais incertezas e prejudicando o País. Bolsonaro sabe que criando cortina de fumaça e inflamando a população, seu péssimo governo passa despercebido aos olhos de muitos, facilitando assim com que ele terceirize os problemas e sua incompetência.

Bolsonaro se alimenta do confronto. Ele precisa fabricar crises para agitar sua militância e manter uma fantasia de que ele é um outsider, apesar da aliança com o Centrão. Parte de seu eleitorado acredita que ele luta contra o sistema e ele necessita dessa ilusão para se manter no páreo eleitoral. Caso as constantes ameaças contra a democracia acabem, Bolsonaro corre o risco de perder toda sua base eleitoral – que não é grande – pois lembrarão da inflação, do desemprego e do genocídio praticado pelo governo na Pandemia, além dos esquemas de corrupção em que o Governo participou na compra das vacinas e no histórico corrupto do presidente e sua família. Percebe que as rachadinhas sumiram do debate público? essa é a intenção.

Será penoso passar por mais um ano de governo Bolsonaro. O impeachment seria cortar o mal pela raíz, mas os players políticos não estão dispostos a tirá-lo do poder, visto que podem se utilizar da fraqueza de Bolsonaro para conquistar cargos e verbas, como já vem acontecendo há tempos. O centrão cresce quando o governo é ruim e fraco e tirar um governo desses não seria bom negócio para eles.

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