IDH: Brasil cai no ranking e fica atrás de Cuba
Novo ranking IDH é divulgado e média brasileira é menor que a de Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, México, Peru e Colômbia; ranking é liderado pela Noruega.
Os novos dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgados nesta terça-feira (15), são referentes ao ano de 2019 e fazem parte do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud). O Brasil perdeu cinco posições no ranking e pulou do 79° lugar para o 84° lugar.
O IDH é uma métrica que aponta o progresso dos países em três pilares: saúde, educação e renda. Quanto mais próximo de 1, mais alto é o desenvolvimento humano naquele país. Compõem o IDH pontos como expectativa de vida, anos de escolaridade e o PIB per capita, que é a riqueza produzida por um país dividido pelo número de habitantes dele.
A Noruega, por exemplo é a líder do ranking e conta com IDH de 0,957. Por outro lado o Niger, último da lista, registra um IDH de 0,394. A lista é encabeçada por 10 países, veja quais são os melhores IDH’s do mundo:
- 1 – Noruega: 0,957;
- 2 – Suíça: 0,955;
- 3 – Irlanda: 0,955;
- 4 – Hong Kong (China): 0,949;
- 5 – Islândia: 0,949;
- 6 – Alemanha: 0,947;
- 7 – Suécia: 0,945;
- 8 – Austrália: 0,944;
- 9 – Holanda: 0,944;
- 10 – Dinamarca – 0,940
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Já os três índices mais baixos foram obtidos por países africanos: Chade (0,401); República Centro-Africana (0,381) e Níger (0,377).
O Brasil, embora tenha tido uma melhora no índice interno (0,762 para 0,765) não pode comemorar o resultado, visto que o país caiu cinco posições no ranking. Vale ressaltar que esse avanço de 0,003 ponto registrado no Brasil aconteceu em todo o IDH mundial (0,734 para 0,737).
Confira a evolução do Brasil durante a série histórica desde 1990, ano em que se inicia o ranking. No gráfico, observamos uma arrancada nos níveis do IDH de 1990 até 2014. Após o período, o Brasil fica estagnado e obtém resultados medíocres, abaixo da média mundial.

A previsão para o próximo ranking do Pnud, trazendo os dados referentes a 2020, é de piora, já que a pandemia da covid-19 precarizou e derreteu a economia de boa parte do mundo, incluindo a brasileira.
O Brasil na América latina
Quando é feita uma comparação com países da América latina, a média brasileira é vexatória. O índice brasileiro é menor do que a de Chile, Argentina, Uruguai, Cuba, México, Peru e Colômbia.
- 43 – Chile: 0,851;
- 46 – Argentina: 0,845;
- 55 – Uruguai: 0,817;
- 70 – Cuba: 0,783;
- 74 – México: 0,779;
- 79 – Peru: 0,777;
- 83 – Colômbia: 0,767;
- 84 – Brasil: 0,765.
Dados relativos ao ambiente
O relatório do IDH traz também informações sobre o meio ambiente. O Brasil recebe destaque nesse trecho do relatório. De acordo com a PNUD, ecossistemas como a Amazônia podem virar savanas por causa da perda de mata, provocada por incêndios e mudanças do uso da terra.
Brasil e Bolívia tiveram grandes perdas de florestas primárias em 2018 e 2019. O ano de 2020 foi recorde em queimadas e desmatamento no Brasil, motivo de duras críticas internacionais e de fuga de capital estrangeiro do país, que bateu recorde no ano.
A fuga de investidores estrangeiros da B3, a bolsa de valores brasileira, já representou uma saída de R$ 87,5 bilhões em capital externo do mercado acionário nacional apenas entre janeiro e setembro de 2020- maior fuga desde o início da série histórica da B3, em 2004.
Brasil tem 2ª maior concentração de renda do mundo
A concentração da renda no Brasil continua sendo uma das mais altas do mundo, conforme o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da Organização das Nações Unidas (ONU).
O 1% mais rico concentra 28,3% da renda total do país, ou seja, quase um terço da renda está nas mãos dos mais ricos. Já os 10% mais ricos no Brasil concentram 41,9% da renda total.
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Esse dado revela a desigualdade social que o Brasil possui, fator essencial que contribui com os altos níveis de criminalidade, violência, pobreza, mortalidade e fome.
Brasil perde apenas para o Catar em desigualdade de renda, onde 1% mais rico concentra 29% da renda. Em terceiro lugar está o Chile, com 23,7% de concentração da renda total nas mãos da parcela 1% mais rica da população.
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