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Após recuo da Fiesp, agronegócio faz duras críticas ao governo.

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Fiesp volta atrás com manifesto e agronegócio publica nota em defesa da democracia criticando ‘aventuras radicais’

No mesmo dia do recuo da Fiesp em relação à divulgação de um manifesto do setor empresarial, que gerou um racha na Febraban – com o anúncio da saída de Caixa e Banco do Brasil da associação – entidades do setor agroindustrial não recuaram e divulgaram uma nota mais enfática em defesa da democracia.

Setor Agroindustrial publica manifesto mais enfático do que texto da Fiesp, que culminou em racha na Febraban. Manifesto pede liderança ‘à altura do país’ e destaca ‘eleições legítimas’ ao longo dos 30 anos de democracia.

O texto além de cobrar as lideranças brasileiras, critica a “politização ou partidarização nociva”, que tem potencial para agravar os problemas enfrentados pelo país.

No geral o texto crítica as aventuras radicais que tem tomado ares no país e os ataques à democracia e as entidades.

Assinam o texto entidades como Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), Associação Brasileira dos Industriais de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), CropLife Brasil, Indústria Brasileira de Árvores (Ibá),  Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg).

Em comum, estas entidades congregam principalmente empresas da agroindústria, com grande impacto exportador. Este tipo de empresa tende a sofrer mais com danos à imagem do país que os produtores rurais, que atuam no mercado interno ou vendem sua produção para a agroindústria exportadora.

O manifesto não publicado pela Fiesp

A divulgação estava prevista para esta terça-feira (31), e o documento faria críticas à crise institucional entre os poderes Executivo e Judiciário.

“A praça é dos três poderes” tinha um teor crítico, porém muito moderado e até desconexo com a realidade, pois faria crítica aos três poderes, ignorando o fato de Bolsonaro causar as crises com ataques mentirosos, nocivos e de tons golpistas.

A retirada do manifesto se deu ao fato de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, ainda manter contato com Arthur Lira e o Planalto. Ambos trabalharam para que texto não fosse publicado.

Outro motivo da suspensão foi a reação do próprio governo, que ameaçou retirar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal dos associados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O que pensa o jornal?

Não se pode esperar muito de Paulo Skaf, já que o mesmo faz parte do grupo político que hoje domina o governo Bolsonaro, o Centrão. Porém, ao recuar nas críticas, a Fiesp se apequena e se omite com o Brasil que a cada dia que passa se apequena mais.

Que Paulo Skaf faz uso político da Fiesp não é segredo para ninguém, porém ao aceitar os retrocessos do governo, os arroubos autoritários e golpistas do presidente e ser modesta com as críticas ao governo, a entidade falha com o brasileiro que sofre com o péssimo governo.

O setor do agronegócio que se manteve firme às críticas é o setor que depende do mercado externo que vê o Brasil com desconfiança e como párea. Já o setor interno dos produtores segue comendo grama e apostando nos ataques do governo ao meio ambiente, que “passa a boiada” pelo território brasileiro através da destruição ambiental.

Caso a Fiesp mantenha o manifesto da maneira que se encontra, é melhor que nem o publique, pois passar pano aos atrasos do governo federal e aos ataques que Bolsonaro faz à democracia é pequeno demais para uma federação que representa as indústrias.

Faltou coragem à Fiesp, que se apequena e se acovarda.

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