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Ecos do passado

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Estamos em período de Pandemia, onde o isolamento social é essencial, e já estamos cansados de saber das medidas que devem ser tomadas por cada indivíduo, porém o que virou rotineiro durante esse período é que todo final de semana grupos apoiadores de Bolsonaro se unem na praça dos três poderes e com palavras de ordem anti-democrática atacam os poderes democráticos e idolatram o presidente.

Com faixas pedindo fim do STF, fechamento do Congresso, pedindo intervenção e AI-5 esses apoiadores se inflamam com a presença do presidente nos atos, que sobrevoa de helicóptero, vai em direção ao público à cavalo e logo depois caminha entre seus apoiadores, demonstrando apoio a tais ideais e simbolismos radicais e anti-democráticos. O que vale lembrar que é crime.

Ecos do passado
Bolsonaro montou em um cavalo da PM, que fazia a segurança da área, e voltou a passar em frente aos manifestantes (Facebook/Reprodução)

Ontem a noite, sábado (30), vimos um protesto na praça dos três poderes e diretamente voltado ao STF em que manifestantes utilizaram-se de uma estética racista e supremacista branca, baseadas na Ku Kux Klan e simbolismos nazistas. Com tochas acesas e máscaras—não as máscaras recomendadas pela OMS— a estética e o simbolismo dizem muito a respeito das ideologias atrás de tal protesto e apoiadores. Não eram apenas tochas, elas serviam de ideias do passado e utilizam da estética para trazer tais mensagens. Nada é feito atoa, tudo ali é pensado. E isso é algo que deve ser totalmente repudiado, pois agride a constituição e revela o movimento racista, supremacista e autoritário, que utilizam-se de símbolos nacionais para se camuflarem e acabam distorcendo o nacionalismo e patriotismo. O pior de tudo é ver o presidente apoiando e os utilizando para autopromover-se. Gravíssimo!

Outro episódio que me deixou muito perplexo foi durante live em que o presidente utiliza do simbolismo do leite e demonstra seu caráter, entenda o simbolismo:

Stanley Kubrick, no filme Laranja Mecânica (1971), mostra o personagem Alexander DeLarge e seus companheiros, assassinos psicopatas, de claro viés nazista, bebendo não uísque, nem vodka, muito menos cerveja, mas copos de leite.

Quentin Tarantino, em Bastardos Inglórios(2009), numa das cenas mais violentas da película, faz o comandante nazista da SS, Hans Landa, escolher beber um copo de leite ao de vinho.
E ele sorve com vontade o líquido para, logo em seguida, assassinar toda a família judia que estava escondida no porão da casa.

São várias as referências ao leite como símbolo da supremacia branca defendida pelos nazistas em produções da sétima arte.

Para você que nutre uma inocente dúvida sobre o senhor de idade, que hoje ocupa a cadeira de presidente desse país, junto com sua gangue, tem simpatias, se identifica ideologicamente com o nazismo de Adolf Hitler ou com o fascismo de Benito Mussolini, eis uma imagem que falará (ou gritará) por si só.

Ecos do passado
Durante live, presidente utiliza do simbolismo supremacista branco, nazista e facista.

Por outro lado, hoje na Avenida Paulista, tivemos um ato formado por torcidas organizadas de futebol que defendiam a democracia, ato alusório ao movimento Democracia corinthiana na década de 70. As torcidas organizadas de São Paulo se uniram para demonstrar apoio à Democracia, no mesmo dia em que ocorreria ato pró Bolsonaro. A Polícia estava presente para evitar confrontos entre os grupos.

O ato iniciou-se de maneira pacífica, com bandeiras, faixas e dizeres a favor da democracia. Porém, desentendimentos durante o ato deu início a uma tentativa de confronto entre os manifestantes. A Polícia Militar precisou intervir para manter a ordem e conter o grupo de torcedores que atiravam pedras, rojão e lixo nos policiais.

Uma manifestação que defende a democracia deve agir de maneira cordata e pacífica. Tal bandeira não pode ser distorcida com violência, isso é um erro.

O momento no país é conturbado. Ecos de um passado não tão longínquo em que diversos ataques contra a democracia ocorreram; hoje são protagonizados e defendidos pelo presidente da República e seu governo que de maneira inconsequente busca inflamar a população. Bolsonaro não quer governar e procurar uma solução para gerenciar a crise causada pela Pandemia que ainda é crescente no país, ele busca o pandemônio. A crise já deixou mais de 28 mil mortos, milhões de desempregados e os números só pioram diariamente.

O Jornal Analítico

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