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Desigualdade bate recordes e concentração de renda aumenta

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Desigualdade de renda do trabalho voltou a bater recorde no Brasil e chega a terceira alta seguida do indicador este ano. Concentração de renda na mão dos mais ricos aumenta.

A terceira alta seguida do indicador este ano sinaliza que a recuperação da atividade econômica após o relaxamento das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia tem acontecido de forma concentradora de renda, aumentando ainda mais os níveis de desigualdades sociais.

Para aferir o tamanho da desigualdade de salários é utilizado um método chamado índice de Gini. O Índice de Gini é um indicador de desigualdade que varia de 0 a 1, onde zero indica a igualdade perfeita. Assim, quanto maior o número, maior a disparidade de rendimentos.

desigualdade
Charge de Jean Galvão

O novo recorde foi registrado no terceiro trimestre consecutivo. O Índice de Gini da renda do trabalho chegou a 0,681 no trimestre encerrado em setembro, vindo de 0,679 no segundo trimestre e de 0,651 nos três primeiros meses do ano. O patamar atual é o mais alto da série histórica que tem início no quarto trimestre de 2015.

O cálculo foi feito pelo economista Daniel Duque, pesquisador do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), com base nos dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Trimestral, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (27).

“O mercado de trabalho mostra uma pequena melhora em relação ao segundo trimestre, que foi o pior período da crise, mas é uma recuperação que concentra os ganhos na população mais rica.”

Daniel Duque

Desemprego recorde

Os seguidos recordes nas taxas de desemprego no país continuam. No terceiro trimestre, a taxa de desemprego chegou a 14,6%, recorde da série histórica iniciada em 2012, com 14,1 milhões de desempregados.

Número de desempregados aumentou 1,3 milhão em 3 meses, segundo o IBGE. Em 1 ano, Brasil perdeu 11,3 milhões de postos de trabalho e, desde maio, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

A população ocupada caiu para 82,5 milhões, com o percentual de pessoas em idade de trabalhar efetivamente empregadas indo a 47,1% – ambos os indicadores atingiram mínimas históricas no trimestre findo em setembro.

Resumo

Confira os principais números da pesquisa, segundo o IBGE:

  • Mais 1,3 milhão de pessoas entraram na fila em busca de um trabalho no 3º trimestre frente ao segundo;
  • A taxa de desemprego subiu em 10 estados e ficou estável nos demais. Bahia (20,7%) teve a maior taxa e Santa Catarina (6,6%), a menor;
  • Taxa de desemprego foi de 12,8% para os homens e 16,8% para as mulheres;
  • Entre as pessoas pretas, a taxa foi de 19,1%, enquanto a dos pardos foi de 16,5%; a menor taxa foi a dos brancos: 11,8%;
  • desemprego é maior entre os jovens, com destaque para a faixa das pessoas de 18 a 24 anos de idade (31,4%);
  • O contingente de ocupados atingiu mínima histórica de 82,5 milhões de pessoas;
  • Nível de ocupação foi de 47,1%; ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país;
  • O número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) bateu novo recorde, chegando a 5,9 milhões;
  • taxa subutilização atingiu recorde de 30,3%, reunindo um total de 33,2 milhões de pessoas;
  • número de pessoas com carteira assinada caiu 2,6% frente ao 2º trimestre, com perda de 790 mil postos;
  • percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 26,4%.
  • A taxa de informalidade subiu para 38,4%, contra 36,9% no trimestre anterior, o que corresponde a 31,6 milhões de pessoas;
  • A massa de rendimentos dos trabalhadores caiu 4,9% (menos R$ 10,6 bilhões) em relação ao mesmo trimestre de 2019.

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