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CPMF não passa no Congresso, diz Rodrigo Maia

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Proposta de nova CPMF e reforma tributária promete colocar a prova aliança do Planalto com centrão.

Conforme noticiamos aqui, durante a semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes anunciou que o projeto de reforma tributária do governo incluirá um imposto muito parecido com a antiga CPMF, porém modernizado, cobrando uma taxa sobre movimentações financeiras por meio digital.

Os rumores desse imposto parecem mais com um fantasma, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, já se pronunciou diversas vezes contra essa taxa. Para Maia, enquanto ele presidir a Câmara, a nova CPMF não será votada. Nossos votos são de continue assim por algum tempo.

Mas o ministro Paulo Guedes insiste com a ideia, apoiado pelo Planalto. Hamilton Mourão, vice-presidente da República, disse que agora acha que o imposto vai ser aprovado pelo Congresso e que Rodrigo Maia deverá mudar de opinião.

CPMF não passa no Congresso, diz Rodrigo Maia
´Rodrigo Maia, Bolsonaro e Paulo Guedes
Foto: Reprodução da internet

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Temos visto ao longo dos meses, uma construção de suma importância para o Planalto, uma aliança com o centrão.

O centrão sempre foi um fator de desempate quando o assunto é votação no plenário, e uma união com esse bloco de aproximadamente 200 deputados, sem bandeira ideológica (além da do poder, claro) é fundamental para o governo Bolsonaro – que tem se mostrado mais fraco e turbulento que avião de papel em tempestade em alto mar – aprovar ou não essa reforma tributária proposta.

Bolsonaro, deputado velho de ofício, sabe da importância dessa aliança, e tem seduzido o centrão com várias ofertas de cargos e verbas públicas, ou seja, uma boa fatia do bolo em troca de apoio em futuros cabos-de-guerra.

Rodrigo Maia foi eleito presidente da Câmara com apoio do centrão e até há pouco, era tido como o comandante do grupo. Chegou a evitar, mas, ao ser reeleito como presidente do congresso, acabou se associando ao bloco.

Arthur Lira (PP), líder do maior partido do centrão, acha que o novo imposto não será uma nova CPMF. Ou seja, adotou o discurso vendido pelo ministro da Economia: é uma taxa sobre movimentações financeiras, como a CPMF, mas não é uma CPMF. Faça me rir.

O resultado dessa guerra é incerto, pois não sabemos se todos os deputados do centrão votarão a favor ou se teremos votos contra, unindo-se à oposição, fazendo pesar a balança da razão.

Em tempos de pandemia não é legítimo, quiçá ético aumentar e gerar imposto algum sobre o contribuinte, que se encontra vulnerável, sufocado e imobilizado pelo novo coronavírus e suas consequências. Mas sabemos que isso não conta muito para o governo Bolsonaro, que não tem movido um dedo em favor. Na verdade, não conta nada.

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