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Coronavac paralisada. “É impossível a vacina ter relação com o evento adverso”

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Coronavac paralisada: Após o Governo de São Paulo anunciar 120 mil doses da vacina para novembro, Anvisa declara paralisação da última fase de testes de Coronavac e Jair Bolsonaro declara que “ganhou” de Doria.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na noite desta segunda-feira (09), interrompeu o estudo clínico da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac Biotech.

Segundo a agência, a interrupção se deu por conta de um “evento adverso grave” durante a fase de testes da vacina. O jornal O GLOBO apurou que o evento grave informado na nota da Anvisa foi a morte de um voluntário. Morte de voluntário da Coronavac foi suicídio, diz IML.

Em resposta, o Instituto Butantan afirmou que foi “surpreendido” pela decisão, já que o evento adverso grave nada tem a ver com a vacina. Não existiu nexo causal com a vacina. O diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou tratar-se de um óbito sem qualquer relação com os testes do imunizante.

“O evento não tem relação com a vacina […] É impossível a vacina ter relação com o evento adverso”

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan

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O Instituto Butantan afirma que a Coronavac não causou reação adversa grave em nenhuma das fases de testes e que ela é a vacina que mais apresenta resultados seguros dentre as vacinas que estão em produção.

A paralisação da fase de testes é comum em estudos clínicos quando existem eventos adversos, porém quando morreu um voluntário do teste da vacina do laboratório Astrazeneca, que está sendo testada pela Fiocruz com investimento do governo federal, o procedimento adotado não foi o mesmo. O ensaio foi mantido.

Relembre: Morre voluntário participante das fases de teste da vacina de Oxford

O relatório detalhado da notificação do “evento adverso grave” já havia sido enviado pelo Instituto Butantan no dia 06/11 e nele foram entregues os argumentos que garantiam a não paralisação da fase de testes.

Em atualização de última hora, o IML divulgou que a morte do voluntario foi por suicídio.

O governo de São Paulo disse que “lamenta ter sido informado pela imprensa e não diretamente pela Anvisa”.

“Quero acreditar que a Anvisa seja técnica e independente. A independência é fundamental”

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan

Será muito grave se ficar comprovado que a decisão da Anvisa de suspender o teste da CoronaVac teve motivação política.

Bolsonaro sendo Bolsonaro

Diante o fato, Jair Bolsonaro ironizou nesta terça-feira (10), a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disse que “ganhou” de Doria.

O comentário, típico de Bolsonaro, foi feito em resposta a uma pessoa que o perguntou, no Facebook, se o Brasil iria comprar a CoronaVac caso ela fosse considerada segura.

O presidente compartilhou uma notícia sobre a interrupção dos testes. “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu Bolsonaro.

coronavac paralisada
Coronavac paralisada – imagem reprodução

Bolsonaro continua seu delírio, dividindo o país e o empurrando para o abismo.

Colocar a vacina na briga política só prejudica o país e divide a população. Tais atitudes de Jair Bolsonaro demonstram seu descaso com a vida e sua preocupação única e exclusiva em perpetuar-se no poder – que não exerce, vale ressaltar.

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Bolsonaro coloca-se numa situação vexatória e criminosa – mais uma vez – e é gravíssimo o que vem fazendo.

É com indignação que recebemos cada declaração que o presidente dá, demonstrando seu total despreparo e irresponsabilidade, além de sua falta de decência. E com extrema preocupação um possível aparelhamento da Anvisa, gerando descrédito a um órgão que sempre foi independente e técnico.

A Anvisa não pode ser utilizada como instrumento político. É vergonhoso e criminoso. Vidas estão sendo perdidas e a população aguardando a vacina, mas o presidente pouco se importa. Ao torcer contra a vacina, Bolsonaro torce contra a vida dos brasileiros. Seu ego é maior que o Brasil.

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