Bolsonaro mente sobre bandeira tarifária e sobre crise Hídrica.
Aos fiéis, Bolsonaro resolveu falar sobre a tarifa de energia e as chuvas. Como de costume o presidente da República voltou a mentir, dessa vez a respeito das bandeiras tarifárias e voltou a relativizar o problema da crise hídrica que vivemos, a pior em 91 anos.
Como um pajé, Bolsonaro disse: “Meu bom Deus nos ajudou agora com chuva. Estávamos na iminência de um colapso”
Ele mente ao dizer que estávamos. Ainda estamos! Os níveis dos reservatórios pouco se modificaram com a chuva dos últimos dias, em São Paulo nem se quer deixaram de perder nível.

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As chuvas de agora, pouco acima das expectativas, estão muito longe de tirar o país da escassez Hídrica e energética, e os níveis ainda são alarmantes.
Não há especialista na área que descarte o risco de racionamento ou mesmo de apagões.
O Operador Nacional do Sistema elétrico (ONS) reduziu a previsão de chuvas na Região Sudeste e Centro-Oeste para as próximas semanas. Com isso, os reservatórios do subsistema responsável por cerca de 70% da geração de energia do Brasil devem seguir com os piores patamares hídricos dos últimos 91 anos, segundo o operador.
O boletim mais recente do ONS, divulgado nesta sexta-feira (15), mostra uma queda de 25% na expectativa pluviométrica para o mês de outubro na região Sudeste e no Centro-Oeste, em comparação com os dados do operador divulgados na semana passada.
Ainda em seu discurso quase que pastoral, Bolsonaro seguiu: “Não podíamos transmitir pânico à sociedade. Dói a gente autorizar o ministro Bento [Albuquerque], das Minas e Energia: ‘Decreta bandeira vermelha’. Dói no coração! Sabemos das dificuldades da energia elétrica. Vou pedir para ele — pedir não, determinar — que ele volte para a bandeira normal no mês que vem”.
Outra mentira e discurso eleitoreiro barato. Hoje, vige no país a “Bandeira de Escassez Hídrica”, que é mais cara do que a vermelha, anunciada há dois meses devido o péssimo momento dos reservatórios hídricos que são responsáveis por boa parte da geração de energia elétrica no país. O valor da taxa extra é de R$ 14,20 pelo consumo de 100 kWh.
Para bancar o uso das termelétricas e a importação de energia de países vizinhos, a bandeira tarifária teve aumentos absurdos, porém necessários (em partes) para conter o consumo e diminuir o impacto da crise, já em níveis extremos e que podem gerar apagões pelo país – parte do problema foi a inércia do governo federal em administrar a já esperada crise e criar campanhas de conscientização, informando o real problema que iríamos enfrentar. O Governo simplesmente deixou chegar a esse ponto. Inerte.
Mudar a bandeira Tarifaria não decorre da vontade do presidente. Para tanto, criou-se a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (Creg). Ela tem competência para tomar medidas excepcionais, orientando-se por estudos técnicos da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Estudos são baseados em dados técnicos e números não mentem. É pouco provável que a Câmara faça o que ele quer. Se o fizer, a crise se agrava.
O que o presidente tem a oferecer é conversa mole e promessas baseadas em mentiras.
O descolamento de Bolsonaro com a realidade é tamanho que as tarifas que hoje estão em vigencia não serão suficientes para cobrir o déficit.
Bandeira pode ser insuficiente
A bandeira de “escassez hídrica” entrou em vigor em setembro, justamente para tentar cobrir o déficit na conta das bandeiras tarifárias.
Na época, o governo e a Aneel anunciaram que a bandeira ficaria em vigor até abril de 2022 e seria suficiente para cobrir o aumento de custos para geração de energia.
Porém, especialistas e as próprias distribuidoras de energia calculam que a bandeira será insuficiente. A consultoria MegaWhat, especializada no setor elétrico, estima que o déficit na arrecadação das bandeiras tarifárias ao final do ano será de R$ 7,97 bilhões.
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A secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Dadald, ao participar de um evento do setor elétrico na quarta–feira (13), disse que as distribuidoras de energia já avisaram o ministério que bandeira de escassez hídrica não será suficiente para cobrir os custos de geração de energia, devido ao aumento do preço dos combustíveis.
Bolsonaro mente descaradamente e demonstra que vive em um mundo totalmente oposto à realidade. O caso é psiquiátrico.
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