Banco Central aumenta taxa de juros em 1,5 ponto percentual. Sexta alta consecutiva é a maior em 19 anos.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (27) por um aumento expressivo na taxa básica de juros.
Ajustada em 1,5 ponto percentual, a Selic passou para 7,75% ao ano. É a sexta alta consecutiva dos juros desde março, quando teve início a trajetória ascendente, e a maior em 19 anos, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em setembro, o IPCA fechou no maior nível para o mês desde 1994 e acumula 10,25% em 12 meses.
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Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se viu obrigado a aumentar a taxa Selic para tentar frear a inflação que consome o salário das famílias brasileiras e reduz poder de compra da população.
A decisão desta quarta já era esperada pelo mercado financeiro por causa da persistente pressão inflacionária e, sobretudo, pela confirmação de que o governo vai adotar uma manobra fiscal (pedalada) para burlar o teto de gastos e aumentar o valor a ser pago pelo Auxílio Brasil e gastos com emendas parlamentares.

O contestado ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou uma alteração no índice que corrige o teto de gastos que abrirá espaço no orçamento para atender à pressão do presidente Jair Bolsonaro por um benefício de R$ 400 no Auxílio Brasil em ano eleitoral.
A mudança foi inserida na PEC dos precatórios, que já passou por comissão especial e pode ser votada pelo plenário da Câmara.
A PEC é muito criticada, pois será uma pedalada fiscal que permitirá o governo gastar além do teto de gastos e aumentar a dívida do estado por um benefício que será pago apenas até 2022, claramente com intenções de aumentar a popularidade já derretida do presidente em ano eleitoral.
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