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A tragédia brasileira tem nome e sobrenome.

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A tragédia sanitária, econômica e social brasileira se aprofundou de maneira nunca antes vista por obra de poucos que ignoram o sofrimento de muitos.

O governo Jair Bolsonaro tem sido criminoso desde seu primeiro dia. Jair Bolsonaro com suas falácias, ideias pré concebidas e seus interesses escusos prolongou desnecessariamente a pandemia ao sabotar a compra de vacinas, ao atacar quarentenas e promover remédios inúteis.

Aquilo que, no início, cheirava apenas a essência de seus membros – negacionismo violento, ignorância seletiva e terraplanismo sanitário- vai se mostrando também um excelente negócio escuso para aliados civis e militares segundo as denúncias trazidas pela CPI da Covid.

Documentos, vídeos e depoimentos coletados na CPI tem sido fundamentais para enxergar e entender o que aconteceu para que essa tragédia, hoje já sabida proposital, tivesse acontecido no Brasil de Bolsonaros. Sim, Bolsonaro reflete o pior de muitos brasileiros, por mais triste que pareça.

Nas últimas denúncias trazidas à luz na CPI, vimos que a compra de vacinas foi atrasada e negada diversas vezes propositalmente para que esquemas criminosos roubassem dinheiro dos cofres públicos através de compras superfaturadas e pedidos de propina.

Centenas de milhares de brasileiros morreram desnecessariamente e Bolsonaro fez questão.

É verdade que Ministério da Saúde sempre foi alvo do desejo de grupos políticos e surrpiadores da República por conta do tamanho de seu orçamento e da capilaridade de sua atuação, podendo beneficiar aliados nos Estados e municípios.

Mas se roubar da saúde em tempos normais já é absurdo, transforma-se em crime contra a humanidade agora em que travamos a pior guerra de nossa história, e vivenciamos a pior tragedia do país com quase 540 mil mortos.

A frase: “Cada enxadada uma minhoca”, nunca foi tão oportuna.

Os cambalachos não param de surgir e a cada nova denúncia, está lá o nome e sobrenome que todos conhecem e a maioria já não suporta mais – pesquisas mostram que Bolsonaro derrete.

Em últimas denúncias, descobriu-se que além dos escândalos nas negociações de vacinas da Pfizer, Covaxin, Cansino e até Astrazeneca, Eduardo Pazuello, ex- ministro da saúde, braço direito e amigo de Jair Bolsonaro prometeu comprar de intermediários 30 milhões de doses da CoronaVac com um valor quase três vezes maior do que o oferecido pelo Instituto Butantan – que produz a vacina do laboratório chinês Sinovac no Brasil.

Uma gravação, ao final da reunião no dia 11 de março com a World Brands, empresa “intermediária” de Santa Catarina, feita no gabinete do coronel Élcio Franco, um dos centenas de militares trazidos para cargos civis dentro do governo, então secretário-executivo da pasta, mostra Pazuello comemorando o “memorando de entendimento já assinado”.

Contraditoriamente, à CPI da Covid, em 19 de maio, ele disse que não negociava com empresas porque era o dirigente máximo da pasta. “O ministro jamais deve receber uma empresa”, afirmou.

Pazuello mentiu ou ele concorda com a análise de que era apenas um fantoche do presidente da República, este sim o verdadeiro ministro da Saúde e formulador da necropolítica com uma ajudinha intelectual (sic) do Gabinete Paralelo, formado por empresários e médicos apoiadores políticos e ideológicos do presidente.

A relação promíscua entre Bolsonaro e militares é antiga, mas foi trazida a público no vergonhoso episódio em que Bolsonaro rebaixou Pazuello ao vivo para sua claque, em outubro do ano passado, exatamente quando mandou cancelar a compra de 46 milhões de doses de CoronaVac oferecidas pelo Instituto Butantan, que o então ministro da Saúde havia anunciado.

Pazuello não pediu demissão na época. Pelo contrário, aceitou gravar um vídeo ao lado do presidente em que diz a frase:

“É simples assim: um manda, outro obedece”.

Se isso for verdade, como o então ministro fez questão de insistir, Bolsonaro terá muito o que explicar e terá que pagar pelos crimes e o assassinato de milhares de centenas de brasileiros.

Se as compras das vacinas na época tivessem acontecido, como o episódio da Pfizer, Janssen e da Coronavac, a vacinação em massa poderia ter começado antes e salvado milhares de pessoas. E compras de atravessadores com preço mais alto teriam sido mais raros.

Mas o que as denúncias e documentos indicam, parece que foi essa a intenção da sabotagem: possibilitar os atravessadores e dar tempo para tentar negociar propina.

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Bolsonaro teve todo trabalho para sabotar uma resposta sanitária eficiente no país com propósito de favorecer parceiros políticos, amigos ideológicos, militares e empresários que bancam suas redes de disseminação de mentiras.

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