Ontem, domingo(03), em Brasília grupo de manifestantes apoiadores de Jair Bolsonaro se reuniram em frente ao Palácio do Planalto em ato anti-democrático, com palavras de ordem contra o STF e Congresso Nacional, mais uma vez.

O presidente contrariando todos os decoros que um presidente deveria ter e demonstrando incompatibilidade com o cargo, indo contra tudo aquilo que deveria defender, a democracia. Compareceu e fez presença para seu fanático público. “Chegamos no limite” e “Acabou a paciência”, foram frases ditas por ele em relação ao STF e Congresso.
Em meio á pandemia que assola o sistema de saúde e a população, e que ontem atingiu a triste marca dos mais de 100mil infectados e 7mil mortos no país, Bolsonaro endossou palavras de ordem e como em um show de horrores fez da Esplanada seu palanque, transmitindo ato ao vivo em suas redes sociais.
“Tenho certeza de uma coisa, nós temos o povo ao nosso lado, nós temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, e pela liberdade. E o mais importante, temos Deus conosco”.
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ATENTAR CONTRA A CONSTITUIÇÃO
O que diz a lei:
São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição e, especialmente, contra […] o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais” das unidades da Federação. A lei também diz que é crime de responsabilidade contra a administração “expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição”.
Vale comentar os lamentáveis e asquerosos atos de agressões á jornalistas por parte de apoiadores do presidente. Atos covardes e que devem ser investigados e repudiados. Vivemos em uma democracia, ainda.
A civilidade está por um fio. Diversas foram as críticas de entidades políticas, civis e intituições públicas contra os atos e as agressões aos jornalistas e ao silêncio do presidente que assistiu ao episódio e nada disse. Lamentável. Ele ainda culpou a rede Globo e disse que a emissora foi ” longe demais”, como que se apoiasse as agressões.
Episódio acontece dia após depoimento do ex-Ministro Sérgio Moro na sede da PF, na investigação que apura possível interferência do presidente em investigações da PF. Segundo fontes, Moro apresentou diversas provas que podem incriminar o presidente por tentativa de interferências em instituições independentes por interesses de foro político e pessoal.
Hoje, de maneira rápida Bolsonaro nomeou o Delegado Rolando Alexandre como novo diretor geral da PF. Rolando é braço direito de Alexandre Ramagem, que após ter sido nomeado a justiça ordenou cancelamento, visto as investigações em andamento e as prováveis intenções políticas de Interferência.

O curioso foi a velocidade com que a nomeação e a posse de Rolando ocorreram, questões de horas. Uma demonstração de desespero e tentativa de defesa do governo.
Gravíssimo o que aconteceu ontem e a demonstração de uma possível ruptura democrática e civil.
Renan Aversani
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